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Nude

Mas, o que mesmo eu vejo, afinal?

Eu vejo a cor, o calor, a preta,

os caminhos que se dobram adentro,

para o escuro em que brota o gozo.

Eu vejo até mesmo o peso doce

Desses montes abaixo dos perigos da cintura

Em que eu desejo pouso, encaixes e deslizes,

Estes volumes todos exibidos com satisfação.

Eu vejo teus olhos negros jogados sobre os ombros

Vendo-me no ato.

Eu colo às tuas costas

Em desejo de melhor ver

O que você possa sussurrar

Quando o lábio tocar por baixo da saia dos teus cabelos

E o arrepio escorrer abaixo

E os meus dedos desenharem os pelos os poros os lábios.

Eu abocanho o que vejo

Os contornos que você empina aberta

Aperta e abraça o que eu aponto,

O que intrometo.

Tudo isso eu vejo com vontade de muito mais ver

E revirar com a ponta da língua.

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